O sal de cozinha que utilizamos normalmente como tempero de vários alimentos é o cloreto de sódio e existem enormes quantidades dele em antigos mares ou lagos salgados que sofreram evaporação. Um exemplo disso é o Salar de Uyuni, na Bolívia, uma imensa planície branca devido ao sal cristalizado e que foi um dia o fundo de um mar que secou. Atualmente, o sal é o maior bem de consumo mineral industrial no mundo. O Brasil produz sal no Rio de Janeiro, Ceará, Maranhão, Sergipe, Bahia e no Rio Grande do Norte. Este último é o maior produtor nacional, representando cerca de 95% de todo o sal produzido em nosso país.

O sal é produzido em diversas formas: sal não refinado (sal grosso, também chamado sal marinho e a flor de sal), sal refinado (sal de cozinha) e sal iodado. É um sólido cristalino e branco nas condições normais.

Salina de Areia Branca-RNO processo para a obtenção de sal é simples: deixando o líquido evaporar e recolhendo o sal no final do processo. Entretanto, não basta deixar a água virar vapor em dezenas de tanques e depois reunir o tempero. Se os fabricantes fizessem somente isso, tudo o que obteriam seria uma lama cinzenta, de gosto amargo, com apenas 78% de cloreto de sódio, o popular sal de cozinha. Isso porque a água do mar, além de conter muito sal, também possui compostos de cálcio e magnésio, que precisam ser retirados do produto final. A tarefa das salinas é justamente fazer essa separação. O trabalho começa quando o líquido é bombeado de lagoas salgadas litorâneas, que têm pelo menos o dobro da quantidade de sal que o oceano – também dá para fazer o processo direto com água do mar, mas o rendimento é bem menor. Ao evaporar em tanques debaixo do sol, a água vai ficando cada vez mais pastosa. Nessa hora, a tendência é que os elementos sólidos comecem a se separar do líquido e concentrem-se no fundo do tanque.

O segredo é que cada composto vai para o fundo em um momento diferente, conforme aumenta a densidade desse caldo. Primeiro, vão os compostos de cálcio, que são excluídos da mistura. Depois, é o sal de cozinha propriamente dito, que pode ser retirado dos tanques na forma de sal grosso ou seguir para uma série de máquinas que fabricam sal refinado. No final do processo, antes de ser embalado, o tempero que chega aos supermercados brasileiros recebe ainda uma pequena quantidade de iodo, substância usada para prevenir o bócio, uma doença grave que ataca a garganta.

 

O Passo a passo para a obtenção do sal!

O segredo das salinas é retirar impurezas da água usada como matéria-prima

  1. Salina no Rio de JaneiroAo ser retirada do mar ou de lagoas litorâneas, a água salgada vai para enormes tanques de evaporação. Ligados por comportas, cada um ocupa uma área igual a dez campos de futebol e tem profundidade de apenas 20 centímetros. Conforme o líquido vai evaporando, a concentração dos elementos sólidos aumenta. Quando eles ocupam 17% do volume da água, os compostos de cálcio presentes no caldo oceânico concentram-se no fundo e separam-se da mistura
  2. A água densa passa a ser chamada de salmoura e cai nos quadros de cristalização, tanques com dezenas de metros quadrados e 2 centímetros de profundidade. A evaporação segue até que o nível de elementos sólidos chegue a 25%. Neste momento, a concentração de cloreto de sódio – o sal de cozinha – atinge seu valor máximo, e pode seguir dois caminhos:

3a. Se a salmoura for usada na produção de sal grosso, ela continua secando sob o sol até que todo o cloreto de sódio se aglutine na forma de cristais. Depois, as pedrinhas salgadas, com até 3 centímetros de diâmetro, são retiradas por trabalhadores com rodos ou máquinas. A água que sobra é descartada em comportas nas laterais dos quadros de cristalização

3b. Se a salmoura servir de base para a produção de sal refinado, ela é retirada dos quadros de cristalização um pouco antes da formação dos cristais e passa por filtros para eliminar impurezas. Depois, é bombeada para aquecedores, onde a mistura chega a 120ºC, e segue evaporando em câmaras a vácuo. Nesses aparelhos, a salmoura é submetida a uma pressão controlada para gerar cristais minúsculos, bem menores que os do sal grosso

  1. Os cristais de sal refinado já estão prontos, mas ainda contêm água. A parte sólida continua a se separar do líquido em centrífugas, que lembram máquinas de lavar: dentro de um cilindro que gira em alta velocidade, a água escorre para o fundo, enquanto o sal se deposita nas laterais. Mesmo após a centrifugação, o sal ainda carrega uma leve umidade. Por isso, a mistura é posta em fornos especiais, aquecidos a 200ºC, que secam e esterilizam o produto antes de ele ser embalado.

 

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