Existem muitas ameaças à vida quando submetida a baixas temperaturas, porém a mais preocupante é o gelo. O corpo dos animais é composto principalmente de água e precisamos dessa água no estado líquido para sobreviver. Então, como os animais que vivem em locais de frio intenso, com temperaturas que podem chegar a -50°C conseguem sobreviver?

Urso polar e raposaAlguns animais simplesmente fogem do frio e vão para locais mais quentes, fazendo uma migração. Porém, outros animais entram em estado de hibernação, ou seja seu metabolismo diminui consequentemente o gasto de energia também. Mas há ainda um grupo que continua suas atividades normalmente. Esses animais e os que hibernam tem um grande desafio: não congelar os líquidos presentes dentro e fora das células do seu corpo. O modo mais conhecido é reter o calor corporal com isolantes térmicos naturais: camada de gordura, pelos, penas…. Não é só uma camada fina de gordura, mas sim quase 30 cm de “capa” de gordura como acontece em algumas focas e baleias.

Outro modo é diminuir o ponto de congelamento dos fluídos corporais (sangue, líquido intra e extracelular…) através da adição de soluto nesses fluídos, ou seja, eles produzem anticongelantes. Essa característica é muito evidenciada em insetos. Muitos insetos baixam o ponto de congelamento de seus fluídos através da secreção de uma substância muito importante – glicerol. Um exemplo muito conhecido no reino animal é um parasita (Bracon cephi) da mosca-do-trigo encontrada no Canadá. As larvas do parasita podem sobreviver a uma temperatura muito baixa de até -40º C. Isso ocorre pelo fato das concentrações do glicerol aumentarem na hemolinfa (“sangue” dos insetos) à medida que a temperatura é reduzida. O uso do glicerol utilizado pelos insetos como “anticongelativo” pode ser um precursor utilizado por nós, por exemplo, em sistemas de refrigeração dos carros durante o inverno.

Além de diminuir o ponto de congelamento dos fluídos corporais, o glicerol tende ainda a proteger os tecidos dos efeitos lesivos do congelamento, caso de fato o organismo chegue a congelar. Essa proteção se dá pela viscosidade do glicerol, impedindo que o aumento na concentração dos eletrólitos resultante da formação de gelo, atinja facilmente níveis tóxicos.

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