Hoje é o dia do pinguim!!

Vamos entender um pouco sobre esse ilustre visitante que aparece nas praias do sul e sudeste brasileiro no inverno?

Os pinguins são aves oceânicas caracterizadas por não possuírem capacidade de vôo, pois suas asas são transformadas em nadadeiras e seus ossos não são pneumáticos. São adaptadas à vida aquática devido a capacidade de utilizarem suas asas para propulsão, fazendo com que atinjam uma velocidade de até dez metros por segundo embaixo d’água, onde podem permanecer submersas por vários minutos. Além disso, possuem a visão adaptada ao mergulho. Tais características contribuem para tornarem-se exímios pescadores.

Atualmente, são conhecidas de dezesseis a dezenove espécies de pinguins (Boersma, 2008), todas as espécies encontram-se no hemisfério sul. No litoral brasileiro frequentemente surgem exemplares de Spheniscus magellanicus, o Pinguim-de-Magalhães, com a predominância de juvenis. Contudo, existem também registros de aparições isolada de outras três espécies antárticas e subantárticas na costa brasileira: o Pinguim-rei Aptenodytes patagonicus, o Pinguim-de-testa-amarela Eudyptes chrysolophus e o Pinguim-de-penacho-amarelo Eudyptes chrysocome.

Spheniscus magellanicus é o pinguim mais abundante dentre os que vivem em áreas temperadas. Habitante das Falklands e da Patagônia Argentina e Chilena, apresentam, ao longo do ano, uma época reprodutiva (de novembro a janeiro), na qual só vão ao mar por curtos períodos de tempo para se alimentar, permanecendo a maior parte do período em águas Argentinas e Chilenas, e uma época oceânica, quando realizam uma migração para o norte, passando o inverno na plataforma continental, em frente às costas do Uruguai e do Brasil.

Os pinguins retornam para as colônias em setembro e início de outubro. As fêmeas colocam dois ovos entre outubro e novembro, sendo que a maioria deles eclode entre meados de novembro e início de dezembro. Após o nascimento, os pais revezam-se na alimentação dos filhotes durante três a quatro semanas. A diferença entre o nascimento de um ovo para outro é de geralmente dois dias, fazendo com que o mais novo não tenha a mesma condição corpórea do que o mais velho, pois os pais alimentam mais um filhote do que o outro.

Após um mês os pais vão em busca de alimentos juntos, os filhotes são deixados sozinho e começa a formação da “creche”, ou seja muitos filhotes perto dos ninhos sem a presença dos pais. Esses juvenis vão ao mar em sua mais longa migração em janeiro ou fevereiro. Os bandos migram ao litoral da América do Sul em busca de maior fartura de peixes e outros organismos aquáticos para alimentação, sendo sua dieta baseada em alguns tipos de peixes, além de cefalópodes e crustáceos.

Os pinguins juvenis que chegam à costa brasileira estão fazendo sua primeira grande migração. Esses animais vão para o mar com aproximadamente três meses de idade, permanecendo nele por aproximadamente cinco anos, indo para o continente apenas para fazer a troca de penas. Após esse grande período ao mar, eles voltam para suas colônias para iniciar seu ciclo reprodutivo. Há registros de pinguins juvenis capturados em junho de 1971 no Rio de Janeiro e em julho e agosto em Santa Catarina, que haviam sido anilhados em janeiro deste mesmo ano em Punta Tombo, a 2.500 km em linha reta de distância.

A presença de pinguins nas praias do sul e sudeste brasileiro é um fenômeno natural que ocorre no inverno. Várias hipóteses têm surgido para descrever as ocorrências de pinguins no sul e sudeste brasileiro, e baseado nisto, acredita-se que durante a migração, essas aves podem sofrer inúmeras situações de estresse como variações climáticas bruscas, privação alimentar, infestação por parasitas contra os quais a espécie não criou defesa natural, danos físicos, ação humana, poluição, predação ou ainda doenças. Devido a essas diversas condições, a grande maioria dos animais que chegam às praias brasileiras no inverno apresentam, como sinais clínicos: desidratação, hipotermia (temperatura abaixo do normal), magreza e lesões traumáticas, sendo enviados aos centros de reabilitação.

Portanto, no inverno, ao ver um pinguim na praia, coloque-o em uma caixa de papelão envolto em uma toalha, em um local quente e seco e chame as autoridades locais. O pinguim que encontramos na praia não está com calor e sim com frio!!! Devemos aquecê-lo!!!

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