Nesse mês de julho tivemos trabalho pesado na iGUi Ecologia… O peso variava de 13 até 31 toneladas, com 9 a 15 metros… Conseguem imaginar??

Estamos falando de baleias, mas especificamente de baleias-jubartes (Megaptera novaeangliae)! Estamos dando apoio ao Instituto BW e ao Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GEMMLagos) nas ocorrências de encalhes desses grandes animais.

Mas antes, vamos conhecer um pouco da biologia delas….

Baleias-jubarte realizam extensas migrações anuais entre áreas de alimentação nos pólos, ou seja, em águas frias e ricas em alimento, para áreas de reprodução e cria de filhotes em águas mais quentes, onde os filhotes ganham peso e tamanho para retornarem aos pólos. A migração ocorre de maio a novembro, com picos em junho, julho e agosto, quando passam bem próximas à costa.

Após uma redução drástica das populações em função da caça, quando menos de 1.500 baleias podiam ser encontradas na costa brasileira nos anos 70, essa população vem se recuperando e hoje alcança mais de 25.000 baleias. Inevitavelmente algumas vão acabar encalhando, seja por causas naturais ou ações antrópicas, como poluição química e sonora.

O tamanho ao nascer varia entre 4 a 4,5 m e chega ao peso de 1 tonelada. Ao final da temporada já quase dobram de tamanho. Nessa fase de vida são muito vulneráveis, podendo se perder da mãe durante tempestades ou mesmo serem atacados por orcas ou tubarões. Segundo o prof. Dr. Salvatore Siciliano, do GEMMLagos, essa é apontada como uma das causas da migração das baleias-jubarte para águas mais quentes e rasas: fugir de predadores, como as orcas, muito mais abundantes nas águas antárticas e subantárticas. Além de refúgio, as águas mais quentes garantem um rápido crescimento dos filhotes que logo vão ganhar independência da mãe, ou seja, no próximo ano, com cerca de 9 metros de comprimento, já vão estar nadando sozinhas.

Os machos adultos migram para as áreas de reprodução em busca de fêmeas maduras. As fêmeas férteis apresentam um ciclo muito curto então eles precisam aproveitar esse período para fecundar as fêmeas. Machos adultos formam grupos competitivos, ou seja, seguem uma fêmea madura para tentar copular com ela. Nesse caso, competem pelo acesso, ou maior proximidade das fêmeas, o que acontece entre muitos empurrões, batidas de cauda, das nadadeiras peitorais, e saltos.

Venham acompanhar nosso trabalho!!! Fotos: Instituto BW e Junior Carriço.

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