Você sabe o que é a bioeconomia?

De acordo com o Word Resources Institute (WRI) Brasil o conceito de “bioeconomia” surgiu recentemente como uma abordagem potencial para o desenvolvimento sustentável na Amazônia, mas não é novidade em todo o mundo.

A União Européia, os Estados Unidos e instituições como a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) têm sua própria definição de bioeconomia, com diferentes objetivos e resultados possíveis. Os países desenvolvidos geralmente entendem a bioeconomia como uma solução para reduzir emissões e mudar para energia de baixo carbono, mas não necessariamente para conservar a biodiversidade.

Em um bioma de floresta tropical como a Amazônia, que enfrenta muitas crises sociais e ambientais, a bioeconomia precisa aumentar as oportunidades econômicas, mantendo a diversidade biológica, cultural e social. Estabelecer uma definição clara é essencial, e uma bioeconomia na Amazônia pode parecer diferente de outras regiões.

Segundo WRI, a verdadeira bioeconomia na Amazônia precisa abranger três elementos:

1) Conservação e Regeneração das Florestas

A bioeconomia amazônica precisa administrar e preservar com sucesso suas florestas de alta integridade enquanto trabalha para restaurar terras degradadas de baixa integridade e eliminar o desmatamento.

Os indígenas e outras comunidades tradicionais já sabem manejar e produzir em florestas de alta integridade. Suas práticas e conhecimentos históricos fornecem técnicas que podem aumentar a produtividade enquanto restauram os sistemas naturais, oferecendo um paradigma alternativo à agricultura moderna.

Em áreas florestais mais afetadas por atividades humanas como extração de madeira, incêndios ou agricultura, a regeneração e restauração devem se tornar prioridades.

Com os incentivos e financiamento certos, os agricultores da Amazônia podem avançar mais rapidamente para práticas amigas da floresta. Pesquisa e assistência técnica também podem ajudar na transição.

2) Ordenamento do Território e Aplicação da Lei

Para promover uma nova bioeconomia na Amazônia, o país precisará aproveitar as experiências anteriores e desenvolver uma nova abordagem de planejamento territorial que responda à realidade atual. Os governos nacionais e subnacionais precisam começar aplicando as leis existentes. Por exemplo, de acordo com o Código Florestal do Brasil, uma lei federal atualizada em 2012, os proprietários privados de terras na Amazônia são obrigados a preservar 80% de suas propriedades para conservação. No entanto, a fiscalização tem sido limitada pela falta de um registro de terras abrangente para rastrear a propriedade.

Outro ponto a ser melhorado é que as autoridades do governo também precisarão combater a ilegalidade, pois estima-se que o desmatamento ilegal represente até 98% da perda total de florestas no Brasil.

3) Centrar as decisões nas pessoas

É essencial que uma bioeconomia beneficie as pessoas que chamam a Amazônia de lar. O trabalho cooperativo comunitário já apresenta modelos econômicos sustentáveis. Um exemplo é a Cooperacre, uma cooperativa em Rio Branco que produz borracha e castanha-do-pará colhidas de forma sustentável. Em ambos os casos, a produção envolve a colheita de bens de árvores em pé.

A pimenta malagueta Baniwa Jiquitaia é outro exemplo: cultivada e colhida de forma sustentável por mulheres indígenas Baniwa no Alto Rio Negro, no nordeste da Amazônia, a hortaliça nativa agora é procurada por chefs e restaurantes sofisticados, criando uma importante fonte de renda para a comunidade enquanto protege as florestas.

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