Essa semana tivemos em nosso Centro de Reabilitação de Animais Selvagens (CRAS) um paciente muito ilustre, mas com um prognostico terrível.

Recebemos um Mico-Leão-Dourado!

Mas antes de contar sobre esse paciente, vamos falar um pouco dessa espécie, que é conhecida mundialmente!

De acordo com a Associação do Mico Leão Dourado (AMLD), o primeiro registro documento do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) data de 1519, pelo aventureiro Antonio Pigafetta, cronista da histórica expedição do português Fernão de Magalhães, que fez a primeira circum-navegação do planeta. O primeiro registro formal para ciência da espécie, entretanto, ocorreu apenas em 1766.

A ocorrência desse animal abrange os seguintes municípios: Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu, Araruama, Rio das Ostras, Cabo Frio e Macaé, todos no estado do Rio de Janeiro. Ou seja, é endêmico da Mata Atlântica de baixada costeira do estado do Rio de Janeiro… não há em outro lugar!

O Mico-Leão-Dourado, nos anos 1970s teve um declínio populacional imenso chegando apenas a 200 indivíduos. Hoje em dias os números são melhores, pois de acordo com o último levantamento existem por volta de 2500 indivíduos na natureza.

Segundo a AMLD, esses animais vivem em grupos com em média de seis indivíduos, tendo uma fêmea reprodutiva, um ou dois machos adultos, e uma prole de até três filhotes. A gestação dura aproximadamente 130 dias e é comum o nascimento de gêmeos entre os micos.

Na família todos são super prestativos em relação aos filhotes na busca de comida e no transporte. Quando os filhotes atingem 3 a 4 anos eles se separam do grupo para buscarem parceiros e formar seu próprio grupo!

Mas, nossa história não é tão feliz. Recebemos uma fêmea dessa espécie que não conseguia mexer as patas posteriores e depois de alguns exames foi constatado um projetil de espingarda de chumbo alojado na coluna vertebral do animal. Uma imagem chocante que eu nunca gostaria de ter presenciado.

O animal consegue exercer sua fisiologia normal, comendo bastante por sinal, porém só se movimenta com os braços. Ele será submetido a uma ressonância para uma avaliação mais apurada do seu prognostico….

Mas precisamos parar e pensar no porquê!

Atualmente na região temos o problema da caça, do tráfico e ainda temos a varíola do macaco que não é transmitida pelo macaco!!!

Esses animais são exuberantes e fascinantes…. devem ser apreciados em vida livre e não submetidos as atrocidades que os homens fazem, nos 1970s quase sumiram… não podemos deixar isso acontecer novamente!

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