O caranguejo semi-terrestre, Ocypode quadrata (Fabricius, 1787), popularmente conhecido como caranguejo fantasma no mundo e maria-farinha no Brasil, é o invertebrado mais encontrado das praias arenosas da costa oeste do Atlântico.

Eles são fundamentais para o ecossistema, pois é o predador de topo de cadeia em relação aos demais invertebrados. Segundo pesquisadores podem viver no máximo 4 anos os machos e 3 anos as fêmeas.

Eles vivem em tocas que constroem nas praias, sendo que estas podem chegar até 1,3 metros de profundidade e podem ser fechadas por areia durante períodos muito quente. Uma curiosidade dele é que par identificar a sua toca ele coloca algo próximo dela. Podendo ser até uma concha…

Mas essa atitude está sendo alterada e por culpa nossa!!

Segundo um trabalho realizado em 2018 por pesquisadores do Laboratório de Ciências Ambientais da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, em Campos dos Goytacazes, as praias arenosas são locais de encalhe de detritos marinhos, mas a interação da biota da praia com os resíduos é pouco estudada. O objetivo deste estudo foi investigar se o caranguejo fantasma, seleciona detritos marinhos por tipos usando um método não destrutivo em praias arenosas do Sudeste do Brasil.

Eles encontraram detritos marinhos em 7% das 1696 tocas pesquisadas, e a seletividade dos caranguejos fantasmas foi principalmente por plástico macio (30%), palha (11%), corda (6%) e espuma (4%). Tocas com detritos marinhos apresentaram maior taxa de ocupação (~68%) em comparação com tocas sem detritos (~28%), indicando que esses materiais podem aumentar a capacidade dos caranguejos fantasmas de memorizar a localização de suas tocas. A porcentagem de detritos marinhos nem sempre foi relacionada à sua quantidade na linha de deriva, mas os caranguejos fantasmas usaram mais detritos próximos a áreas urbanizadas.

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