Com um decreto publicado em março, o presidente da Rússia Vladimir Putin iniciou as tentativas de retirada de dois submarinos nucleares soviéticos e quatro compartimentos de reatores do fundo do mar, reduzindo em 90% a quantidade de material radioativo no oceano Ártico. O primeiro submarino a ser retirado fica próximo a Murmansk, no mar de Barents, uma região rica em bacalhau do mundo e também um importante habitat de caranguejo-rei-vermelho, morsas, baleias, ursos polares e muitos outros animais.

Mas porque existe tanto submarino nuclear nessa região? A resposta está na Guerra Fria, entre os Estados Unidos e a extinta União Soviética (URSS). Foram mais de 400 submarinos nucleares confeccionados. A região do porto ártico de Murmansk e as bases militares vizinhas se tornaram o centro da marinha nuclear e dos quebra-gelos da URSS, bem como de seu combustível altamente radioativo. Mas com o fim da URSS em 1989, as consequências vieram a tona, o que fazer com os submarinos e seu lixo radioativo? Foi realizado um estudo em 2019 e encontraram 18 mil objetos radioativos no oceano Ártico, entre eles 19 embarcações e 14 reatores.

Deste modo, a Rússia e os países ocidentais, incluindo o Reino Unido, iniciaram uma grande limpeza, sendo que US$ 1,3 bilhão foram disponibilizados para desativar e desmontar 197 submarinos nucleares soviéticos, descartar baterias de estrôncio de mil faróis de navegação e começar a remover combustível e resíduos da baía de Andreyeva e de três outros locais costeiros perigosos.

Não se tem relato de uma limpeza desta magnitude, lembrando que essa limpeza só poderá ser realizada com segurança apenas durante três ou quatro meses por ano.

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