As andorinhas-azuis (Progne subis) são aves migratórias neotropicais que se reproduzem na América do Norte e passam sua temporada de não reprodução na América do Sul, principalmente no Brasil.

De acordo com a revista FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) do final de janeiro até abril, sempre ao final da tarde, milhares de andorinhas chegam na ilha de Comaru, em Iranduba, perto de Manaus, formando uma densa nuvem giratória que subitamente caem em direção as arvores. Isso é relatado como uma defesa contra gaviões, principalmente os peregrinos.  

Essa passagem dessas aves pela Amazônia tem uma finalidade, a alimentação, elas comem muitos insetos antes do seu retorno para a América do Norte. Existiam outras localidades para a alimentação dessas aves, como por exemplo no Estado de São Paulo, mas com o declínio das áreas verdes, essas aves procuraram outros locais.

E somando-se a isso elas enfrentam um declínio populacional de longo prazo nas últimas cinco décadas. Uma das possíveis causas dessa diminuição seria a contaminação por mercúrio da região amazônica. Um estudo apontou acúmulo deste elemento nas penas, o que pode acarretar, segundo os pesquisadores, indício de problemas fisiológicos futuros, e uma correlação negativa entre a quantidade de mercúrio, o peso das andorinhas-azuis e o nível de gorduras corporais, que é essencial para a migração.

Outro detalhe que chama a atenção são as excretas que essas aves deixam na ilha. De acordo com pesquisadores são quase 15 a 43 quilogramas de guano rico em nitrogênio sobre as árvores nessa época do ano semissubmersas, por causa da cheia anual. Esse guano muda a comunidade local de peixes.

O guano depositado sobre o solo da ilha tem um teor de nutrientes três vezes maior que o das margens do rio e até 15 vezes maior que o da ilha Papagaio, a 3 km de distância, que as andorinhas adotavam como dormitório até alguns anos atrás e foi abandonada talvez pelo excesso de barcos grandes com turistas.

Na década de 1990, milhares de andorinhas ocupavam galpões de uma refinaria de petróleo em operação em Manaus, porém a camada de guano era tanta que se fazia necessário lavagens contínuas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *