Existem no mundo cerca de 10.426 espécies aves (dados da BirdLife International). Dessas, 1.919 espécies são encontradas no Brasil, segundo o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO). Esse alto número de espécies coloca o Brasil dentre os três países detentores da maior diversidade de aves do mundo. Apesar da grande maioria das espécies passarem todo o ciclo de vida em território brasileiro, algumas vêm do Hemisfério Norte, do sul da América do Sul, ou de países a oeste do Brasil, passando apenas parte do ciclo de vida em nosso país. Há algumas que são consideradas vagantes por possuírem uma ocorrência irregular.

Dentro do grande grupo das aves existe um grupo chamado de aves limícolas, que são aquelas que dependem de ambientes úmidos e buscam alimento nas zonas entre-marés e margens de corpos aquáticos, especialmente lagunas costeiras e estuários, embora possam ocupar uma diversidade de habitats. Alguns exemplos de aves limícolas são as batuíras, maçaricos, narcejas e ostreiros, sendo um grande número de espécies migratórias. Piru piru

As migrações ocorrem no outono e primavera de cada ano, quando milhares de indivíduos cruzam os hemisférios norte e sul para fugir do inverno, ficando nos sítios reprodutivos, (em geral no Hemisfério Norte) e descansar em sítios de invernadas no Brasil, onde frequentam as regiões costeiras, o Pantanal e outras áreas úmidas. A distância percorrida pode ser maior do que 30.000 km/ano.

Maçarico As condições ambientais nos sítios de invernada e locais de parada, durante a migração, podem influenciar as populações de aves limícolas. A oferta e qualidade do alimento disponível nos locais de parada interferem no preparo e na saúde das aves que irão migrar. Da mesma forma, alterações físicas nos sistemas hídricos, obstrução das praias e lagoas, instalação de estruturas e atividades que interfiram na alimentação, no deslocamento e no repouso das aves terão reflexos negativos para sua sobrevivência e migração.

Com todas as modificações que o homem tem feito no mundo todo, especialmente nos sistemas aquáticos, estudos realizados em vários países, incluindo o Brasil, indicam declínio populacional acentuado da maioria das espécies migratórias nos últimos anos, demandando maior atenção na investigação e mitigação das ameaças.

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