Já imaginou se não existissem os animais que se alimentam de carcaça? Ou seja, que se alimentam de animais mortos? Teríamos um problema muito grande de acúmulo de animais ou restos de vegetação… Mas na natureza tudo se recicla, a energia não é perdida!

Nesta semana, recebemos no centro de reabilitação de animais selvagens um urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) para a reabilitação pois havia uma suspeita de atropelamento. O animal foi atendido e reabilitado, voltando ao ambiente natural!

Colisão com carros, e também com avião, não é uma novidade para essa ave. De 1990 a 2003, 52 493 colisões de animais selvagens com aeronaves foram relatadas à Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA); 97% desses incidentes envolveram pássaros, sendo muito deles os urubus. Mas o que chama mais atenção é que a maioria dos acidentes com essa ave, segundo estudos, ocorreram durante as operações terrestres.

Outro detalhe incrível dessa ave é que como elas se alimentam regularmente de carcaças de animais em decomposição e que muitas vezes morreram de alguma doença infecciosa, descobriu-se que essas aves são altamente resistentes a microorganismos patogênicos (aqueles que causam doenças) e suas toxinas, como por exemplo ao  Bacillus anthracis, microorganismo causador da zoonose conhecida como Carbúnculo hemático e ao Clostridium botulinum, microorganismo causador da doença conhecida como Botulismo.

O urubu-de-cabeça-preta, como as outras espécies de urubus, possui a cabeça depenada, sendo um pouco rugosa, uma boa visão. Costuma deslocar-se a grandes alturas, usando as correntes de ar quente para diminuir o custo energético do voo.

Nosso urubu foi batizado de Boris e foi devolvido hoje a natureza para fazer o seu papel fundamental no ciclo da vida!

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