Piracema é a palavra em português para designar o movimento dos peixes, rio acima, na época de desova. Várias espécies de peixe no mundo todo se deslocam para as nascentes dos rios para se reproduzir. Para estas espécies, o esforço físico realizado para nadar contra a corrente por longas distâncias é necessário pois a queima de gordura estimula a produção de hormônios responsáveis pelo amadurecimento dos órgãos sexuais. Os índios descreviam esse fenômeno como saída dos peixes (pirá = peixe, sema = saída).

Em grande parte do Brasil a piracema acontece no verão, quando há aumento da temperatura da água, os dias passam a ser mais longos e o volume de água dos rios aumenta devido as chuvas. Alguns peixes como o dourado e o curimbatá nadam até 600 km até o local de reprodução. A reprodução dos peixes é externa, ou seja, a fêmea e o macho lançam os óvulos e os espermatozoides na água, por isso eles procuram locais calmos e com pouca correnteza para se reproduzirem. Após a fecundação os peixes iniciam o caminho de volta e os novos filhotes são levados pela correnteza.

Os dois grandes obstáculos para os peixes nesse trajeto são as barragens artificiais e a pesca ilegal. As barragens impedem os peixes de subirem o rio e mesmo a construção de “escadas”, feitas para permitir a passagem dos peixes, não funciona em todos os casos. Apesar de ser proibido a pesca durante a piracema, alguns pescadores se aproveitam da grande aglomeração de peixes.

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