Os manguezais oferecem diversos serviços ecossistêmicos, entre eles está o sequestro e armazenamento de carbono, um importante fator na mitigação e adaptação às mudanças do clima. Durante seu ciclo de vida, as florestas de mangue removem grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, tanto em sua biomassa (aérea e subterrânea) quanto no sedimento. Esse carbono é conhecido como carbono azul (https://www.iguiecologia.com/carbono-azul/ ).

Apesar de toda sua importância, os manguezais sofrem impactos negativos, que comprometem seus serviços ecossistêmicos. O Brasil possui a segunda maior área de manguezal no mundo, mas apesar disso ainda há poucos estudos sobre carbono azul, sobretudo com enfoque temporal de longo prazo.

Os manguezais do litoral sul do Estado de São Paulo apresentam diferentes estados de conservação: ao norte (Iguape) impactados em função de alterações hidrológicas (canal artificial Valo Grande) e ao sul (Cananéia) conservados.

O estudo desenvolvido pela aluna Marina Paixão Gil, sob orientação da Profa. Dra. Marília Cunha Lignon, da UNESP de Registro, sob o financiamento da iGUi Ecologia, tem como objetivo avaliar a dinâmica temporal da biomassa aérea em manguezais sob diferentes condições de conservação e impacto no litoral sul de São Paulo, considerando-se uma década de análise (de 2011 a 2020).

Monitoramento de florestas de mangue com uso de parcelas permanentes tem sido realizado nos manguezais Cananéia e Iguape, desde 2001 e 2011, respectivamente. Neste estudo será estimada a biomassa acima do solo (aboveground biomass: AGB) utilizando equações alométricas de acordo com a espécie vegetal típica de mangue.

Os resultados irão incrementar o entendimento sobre sequestro e estoque de carbono nos manguezais, além de fornecer informações sobre a comparação entre manguezais de áreas impactadas e conservadas.

Espera-se grande diferença de armazenamento de carbono entre as regiões de impactadas e conservadas em função impacto antrópico no setor norte do sistema costeiro. Os resultados servirão de alerta para a perda de florestas de mangue por atividades antrópicas e consequente redução de serviços ecossistêmicos.

O estudo será divulgado para público não especializado e para gestores de Unidades de Conservação (UCs) da região, de modo a auxiliar na sensibilização da importância do ecossistema manguezal, na elaboração de Planos de Manejo de UCs e gestão de zonas costeiras.

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